O projeto de lei apresentado pelo governo que amplia a isenção do Imposto de Renda para pessoas físicas com renda de até R$ 5 mil mensais também estabelece um sistema de tributação reduzida para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, beneficiando cerca de 10 milhões de brasileiros.
O projeto prevê que rendimentos de até R$ 5 mil serão totalmente isentos, enquanto aqueles que ganham entre R$ 5 mil e R$ 7 mil terão um abatimento progressivo no imposto devido. Acima desse valor, as faixas de tributação atuais serão mantidas sem alterações.
Entenda as mudanças na tabela do Imposto de Renda
Atualmente, a isenção do IR vale para quem recebe até R$ 2.259,20 por mês. No entanto, um desconto automático de R$ 564,80 garante que, na prática, a isenção alcance quem ganha até R$ 2.824. Acima desse valor, a tributação segue uma tabela progressiva, com alíquotas entre 7,5% e 27,5%.
Tabela do IR vigente (desde 2024)
Base de cálculo (R$) | Alíquota (%) | Parcela a deduzir (R$) |
Até 2.259,20 | 0 | 0 |
De 2.259,21 a 2.826,65 | 7,5 | 169,44 |
De 2.826,66 a 3.751,05 | 15 | 381,44 |
De 3.751,06 a 4.664,68 | 22,5 | 662,77 |
Acima de 4.664,68 | 27,5 | 896,00 |
Com a nova proposta, a tabela será substituída por um novo modelo de tributação para quem ganha até R$ 7 mil.
Como será a nova tabela do IR para tributação para rendas entre R$ 5 mil e R$ 7 mil?
De acordo com o projeto, para quem ganha acima de R$ 5 mil, haverá uma redução progressiva no valor do imposto a pagar. O percentual de abatimento no IR diminuirá conforme a renda aumenta, até que a faixa de R$ 7 mil passe a ser tributada integralmente pelos valores atuais.
Renda mensal | Abatimento no IR | Imposto pago hoje | Imposto com nova regra |
R$ 5.000 | 100% | R$ 312,89 | R$ 0 |
R$ 5.500 | 75% | R$ 436,79 | R$ 202,13 |
R$ 6.000 | 50% | R$ 574,29 | R$ 417,85 |
R$ 6.500 | 25% | R$ 711,79 | R$ 633,57 |
R$ 7.000 | 0% | R$ 849,29 | R$ 849,29 |
Acima de R$ 7 mil, a cobrança seguirá a tabela vigente, sem alterações.
Compensação da perda de arrecadação
Para compensar a redução da carga tributária na faixa de isenção, o governo propõe uma nova alíquota mínima de 10% sobre rendimentos acima de R$ 600 mil por ano. Estima-se que essa medida afetará 141 mil contribuintes, aumentando gradualmente a tributação conforme o rendimento anual. Para quem ganha acima de R$ 1,2 milhão por ano, será aplicada a alíquota máxima de 10%.
Se aprovado, a nova regra poderá beneficiar milhões de brasileiros e reduzir a carga tributária sobre as classes de menor renda. O impacto fiscal e a viabilidade da medida ainda serão debatidos no Congresso.